Em entrevista à Rádio Jovem Pan, presidente do Verdão não descarta adquirir o estádio, construído e administrado pela WTorre
Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, não descarta compra da arena da WTorre (Foto: Marcos Ribolli)
O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, admite que pode ajudar a viabilizar a compra da arena caso a construtora WTorre, responsável pelo estádio, queira vendê-la.
Em entrevista à rádio “Jovem Pan”, neste domingo, o dirigente disse que não teria condições de adquirir sozinho o estádio, mas afirmou que a operação seria possível com "amigos do mercado financeiro".
– Eu queria ter o tamanho que as pessoas acham que eu tenho. Se tivesse, com certeza eu já teria comprado. Meu tamanho não é esse. Não tenho condições. É claro que isso passa muito pela parceira. Se eles realmente se propuserem a vender, eu posso tentar, junto a amigos do mercado financeiro, criar alguma operação para tentar viabilizar.
Paulo Nobre ainda brincou, lembrando que os próprios torcedores poderiam ajudar a viabilizar a negociação.
– Olha, o palmeirense é tão engajado, mas tão engajado, que eu acho que se fosse para fazer alguma coisa, eu não duvido que o número chegasse a centenas de milhares de palmeirenses que contribuiriam de alguma maneira para que a arena voltasse a ser somente nossa. Mas, mais uma vez, isso precisa passar pela parceira que tem os direitos. Até hoje, a sério, eu nunca ouvi ela dizer que quer se desfazer do investimento. Então, tudo isso não passa de especulação – afirmou o dirigente, que, em nenhum momento, disse o nome "WTorre" (ele se refere à empresa como "a parceira").
Pelo contrato firmado entre Palmeiras e WTorre, a construtora administra o estádio (inaugurado em 2014) e todas as suas receitas por 30 anos, com a participação do Verdão nos lucros aumentando com o passar do tempo. Ao fim do contrato de três décadas, o estádio passaria a ser do clube. Na entrevista à Jovem Pan, Paulo Nobre admitiu pela primeira vez a possibilidade de antecipar esse processo, comprando o estádio.
Questionado se o valor seria de R$ 600 milhões e também sobre os problemas de relacionamento entre WTorre e alguns fornecedores, Paulo Nobre respondeu:
– Bom, a gente tem de se debruçar para saber se os números são corretos ou não. Mas acho que eu demonstrar que poderia tentar, junto a várias outras pessoas, alguma ideia de readquirir a arena não mudaria nada os planos da parceira. Talvez existam outros interessados se eles quiserem vender. De qualquer maneira, é muita especulação sobre esse assunto. Tem que partir primeiro de quem tem os direitos a vontade de vender. Acho muito difícil que o mercado pague um ágio. Ou seja, se pagaria o preço justo. E para se fazer uma análise de preço justo precisaria a parceira querer vender porque se não for para ganhar dinheiro com a venda, ela talvez não tenha interesse – disse o dirigente.
– Com relação a fornecedores estarem insatisfeitos (ele faz uma pequena pausa e ri)... Eu acho antiético comentar... É... De repente, até o Palmeiras está nessa fila de insatisfeitos. É uma relação que eles entendem que o Palmeiras deve a eles, e nós entendemos que eles nos devem. Por exemplo, os jogos que somos obrigados a jogar fora, nós os cobramos. Mas aí eles alegam que nós devemos a eles isso e aquilo. Respeitamos, eles têm os pontos de vistas deles. Mas realmente é difícil de receber – completou.
A relação entre clube e construtora é problemática. Desde 2014, quando a arena foi inaugurada, as partes estão em constantes divergências. Recentemente, a empresa instalou uma câmera no camarote da diretoria do Verdão depois que Paulo Nobre discutiu com convidados de uma empresa (torcedores do Flamengo), durante jogo disputado em setembro. Isso irritou o presidente. Como em dia de jogos a operação da arena fica a cargo do clube, a diretoria manda obstruir a câmera.
Vale lembrar que Paulo Nobre já bancou a contratação de jogadores do próprio bolso, tem ajudado a custear a reforma da Academia de Futebol (criando um hotel que servirá de concentração para os jogadores no centro de treinamento) e tem disponibilizado seus dois jatos particulares para transportar atletas a serviço de seleções (já fez isso com Gabriel Jesus e Yerry Mina).
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